13.9.10

CONCENTRAÇÕES CONTRA A EXPULSÃO DE CIGANOS EM FRANÇA

Contra as expulsões em massa de ciganos romenos e búlgaros de França, em violação
dos mais elementares direitos humanos e de livre circulação dos cidadãos da União
Europeia, (e apesar de o governo da Roménia garantir que as centenas de ciganos
expulsos de França não têm cadastro, quer em França quer na Roménia), o que já
provocou reacções críticas do Papa, da ONU e até de ministros do próprio governo de
Sarkozy, as associações ciganas de Braga, Coimbra, Espinho, Gondomar, Matosinhos,
a Apodec (Lisboa), Os Vikings (Porto), a Assoc. Cigana Pedro Bacelar de Vasconcelos
(Braga), Canto e Dança Cigana (Porto), Assoc. Desportiva dos Ciganos do Porto, a
AMUCIP – Associação de Mulheres Ciganas de Portugal, o Centro de Estudos Ciganos
(Figueira da Foz), União Romani, Ciganos d’Ouro, Gipsy Produções (Águeda), SOS
Racismo, Solidariedade Imigrante, Associação OLHO VIVO e ainda muitos cidadãos como a investigadora da universidade do Minho, Maria José Casa-Nova, ou o sociólogo
João Teixeira Lopes, convocam concentrações no próximo Sábado, pelas 15,30 horas,
no Porto, em frente ao consulado da França, na Av. Da Boavista, nº 1681, e em Lisboa,
em frente à Embaixada da França, na Calçada Marquês Abrantes, nº 5, à semelhança do
que acontecerá em diversas cidades europeias.

FUNICULAR PROVOCA VÁRIOS ACIDENTES DURANTE A FEIRA DE S. MATEUS






























No último “Golpe de Vista” demos conta do acidente que vitimou Susana, uma jovem de 25 anos, que no dia 13 de Agosto, na véspera da inauguração da Feira de S. Mateus, enfiou a perna até ao joelho na fenda por onde passam os cabos de tracção do funicular, o que lhe valeu uma estadia no Hospital de Viseu durante quatro dias e uma operação a um tendão.

Foi a sétima vítima a ir parar ao hospital, desde que há cerca de uma ano o funicular iniciou manobras de “aquecimento”, ainda antes da inauguração.

No passado domingo, dia 29, depois da hora de almoço, um homem (aparentemente um turista, já que a mulher andava a filmar com uma câmara de vídeo), ao atravessar os carris do funicular, na passadeira da Rua de Serpa Pinto, assustou-se com a trepidação nas chapas metálicas, provocada por uma camioneta que passava no cruzamento, virou-se e enfiou a perna na famigerada fenda, não conseguindo tirá-la, uma vez que o joelho inchou imenso. Um agente da PSP, que se encontrava a cortar o trânsito por causa do “Downhill Urbano”, chamou uma ambulância, mas um cidadão luso-brasileiro que assistiu ao acidente (e autor da foto), face ao sofrimento do homem, correu às obras da nova sede do Orfeão, a escassos metros dali, donde trouxe um caibro com que, com o auxílio de um graduado da PSP que autorizou a manobra, conseguiu levantar a tampa metálica de modo a deixar retirar a perna que trazia o joelho inchadíssimo e a sangrar. O acidentado seguiu de ambulância para o Hospital.

Os próprios feirantes se insurgem contra aquela armadilha para os peões e dão-nos conta dos inúmeros acidentes que ali têm ocorrido. No passado fim de semana, uma criança enfiou o pé na fenda do funicular, mas não chegou a seguir na ambulância que entretanto mandaram chamar. Fernando Cardoso Ferreira, profissional de hotelaria, ajudou uma idosa que meteu o pé na fenda, ao atravessar a passadeira junto à estação do funicular, levando-a ao Posto de Socorro dos Bombeiros Voluntários no Pavilhão Multiusos. Os bombeiros em serviço naquele posto testemunham que já prestaram assistência a vários acidentados na linha do funicular. No passado Domingo, depois de, na véspera, uma senhora de cerca de 40 anos ter caído na linha, os bombeiros colocaram uma fita sinalizadora para, pelo menos, durante a noite, impedir que crianças e adultos caminhem distraidamente ao longo dos carris, já que durante o dia, sem as protecções a tapar a fenda, qualquer criança ou mesmo um adulto poderá enfiar lá o pé, ao atravessar a passadeira. Até quando?...

MAIS UM ACIDENTE NO FUNICULAR




























Susana, de 25 anos, atravessava a passadeira em frente à Pastelaria Serra da
Nave, na Rua Ponte de Pau, em direcção ao Fórum Viseu, na passada sexta-feira, dia 13,
quando, quem sabe se por acreditar em superstições ou por ter um pé de criança (calça
35), enfiou a perna até ao joelho na fenda por onde passam os cabos de tracção do
funicular e só a conseguiu retirar quando um bombeiro teve a ideia de arrancar a barra
de plástico “de alta resistência” ali colocada para reduzir a abertura da fresta, onde cabe
uma mão travessa e, pelos vistos, um pé travesso. Apesar de ter ficado com o pé e o
joelho inchado não quis chamar a ambulância, meteu-se no carro que tinha estacionado
ali perto, mas percorrido poucos metros já não conseguiu carregar nos pedais, viu-se
obrigada a parar e acabaria por ser conduzida ao Hospital de São Teotónio onde foi
operada a um tendão, tendo ficado internada até segunda-feira, dia 16.
A fonte que nos relatou este caso diz que já são sete os acidentados que vão parar
ao hospital por terem caído na fenda que acompanha longitudinalmente os carris do
funicular.
Temos conhecimento de outros casos que não recorreram a tratamento
hospitalar. Aliás, o Núcleo de Viseu da Associação OLHO VIVO não se cansou de
alertar, nomeadamente neste “Golpe de Vista”, o perigo que representa o modelo
escolhido para aquele meio mecânico, e que os acidentes verificados ainda antes da
inauguração, em 27 de Setembro,
só vieram comprovar, lamentavelmente.
Denunciámos aqui o caso de um homem que esteve meia hora à espera que os
bombeiros lhe retirassem a perna da fresta do funicular com material de
desencarceramento; o caso do filho do dono da Pastelaria Serra da Nave que ao sair com
um tabuleiro de pasteis também lá enfiou o pé e ficou 15 dias de baixa; e ainda o caso de
Fernando Fernandes, de 46 anos, a viver em Lisboa, que tinha vindo de férias para
ajudar familiares num dos restaurantes da Feira de S. Mateus, e a 22 de Setembro, um
dia depois de ter encerrado a feira, quando o funicular entrou logo em manobras, apesar
do bulício da desmontagem dos pavilhões, ao atravessar os carris numa zona não
ladeada pelos cabos de aço de protecção, enfiou o pé na fenda, tendo ficado com a perna
cortada e queimada pelos cabos do funicular que estavam a rodar, tendo sido suturado
com 21 pontos, no Hospital de Viseu. Há cerca de um mês atrás, Fernando Fernandes
voltou a sentir-se mal e teve de ser operado de urgência à perna acidentada. Entretanto, a
Parque Expo (empresa responsável pelo Programa Polis, já que a Sociedade Viseu Polis,
comparticipada pela Câmara Municipal de Viseu, tinha sido, entretanto, dissolvida),
assumiu, finalmente, as suas responsabilidades, neste acidente.
Recordamos que o projecto inicial do arquitecto Manuel Salgado era uma
passadeira rolante apenas na Calçada de Viriato, o que, para além de permitir a subida
de peões e de bicicletas (proibidas no funicular, apesar do espaço disponível) até ao
centro histórico, evitaria a confusão de trânsito no cruzamento com a Rua de Serpa Pinto
e com a Rua D. José da Cruz Moreira Pinto, e dispensaria a profusão de postes, prumos
e cabos de aço, colocados a ladear os carris para evitar mais acidentes, o que constitui
uma verdadeira agressão visual e física, ridicularizada pelos turistas que nos visitam,
incluindo alguns emigrantes, que nunca viram tal aberração em parte alguma do mundo,
pelo simples motivo de que não há mais nenhum autarca que tenha optado por um
funicular com aquele tipo de carris, a não ser em ruas ou ladeiras dedicadas apenas
àquele meio de transporte, como acontece, aliás, com todos os funiculares existentes no
nosso país, como se pode comprovar no livro, editado recentemente pelos CTT, “Os
Funiculares de Portugal”.

ASSIM UMA ESPÉCIE DE PRAIA FLUVIAL...


















Na última campanha eleitoral autárquica, Fernando Ruas prometeu fazer uma praia fluvial no Parque Urbano da Radial de Santiago, aproveitando as águas do açude do Catavejo, na freguesia de Mundão, destinado a controlar as cheias no Inverno e a garantir um caudal regular no resto do ano.

Entretanto, numa sessão da Assembleia Municipal de Viseu, o deputado Pedro Baila Antunes afirmou ser impossível fazer uma praia sem recurso a afluentes externos ao rio Pavia, ao que Fernando Ruas respondeu que o deputado não percebia nada do assunto (note-se que se trata do director do Curso de Engenharia do Ambiente, do Instituto Politécnico de Viseu) e que o presidente da Câmara tomou uma decisão política, restando-lhe “meter a viola no saco” no caso de os técnicos provarem ser inexequível.

Enfim, sempre pensámos que uma decisão destas só seria tomada depois de ouvir a opinião de vários técnicos competentes, mas pelos vistos a política tem mais força que a técnica, como se viu na opção pelo funicular, em detrimento da passadeira rolante na Calçada de Viriato.

Quem não fica à espera da praia fluvial, nestes dias de temperaturas elevadas, são os miúdos que assiduamente vão tomar banho ao espelho de água no parque linear do rio Pavia, junto ao Largo da Feira de S. Mateus. Gostaríamos de perguntar à Câmara Municipal se aquela água, que pensamos vir do próprio rio Pavia e é reciclada, ou seja, é sempre a mesma água e só não é choca porque circula de um lado para o outro, será inócua para quem ali vai tomar banho. É que se não for e constituir algum perigo para a saúde humana, talvez conviesse pôr a polícia municipal a avisar as crianças.

Entretanto, ficamos à espera da praia fluvial, com bandeira azul... naturalmente!



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olhovivo.viseu@gmail.com