11.3.11

manif 12 de março em viseu




Olho Vivo vai estar no dia 12 de Março, Sábado, às 15h00 no Rossio em Viseu, na manifestação convocada pelo movimento Geração à Rasca (http://geracaoenrascada.wordpress.com/).

gerações à rasca em luta com alegria



















Marcelo Rebelo de Sousa tem razão, anda para aí um cheiro a PREC no ar. Um cheiro quente que parece trazido pelo vento Suão que vem do Norte de África. Lá, tudo parecia imutável e os ditadores sentiam-se seguros com o apoio das “democracias” ocidentais, em troca do petróleo e do policiamento do Mediterrâneo contra os migrantes africanos. Aqui, pelo nosso rectângulo, também tudo parecia controlado pelas elites corruptas repartidas pelos partidos do “arco do poder”. O “rotativismo” parecia “o fim da História”. Até que alguém gritou “O Rei vai nu!” e toda a gente viu que a nossa democracia não é mais do que um regime de partido único com duas cabeças. O grito que tanto incomodou os ouvidos sensíveis dos serventuários do regime foi a moção de censura do Bloco de Esquerda. O PSD apressou-se a garantir que estaria do lado do governo do PS. Um dos seus militantes mais destacados, Pacheco Pereira, defendeu que Passos Coelho nunca poderá derrubar Sócrates, dado que está a governar juntamente com ele.
Surgiu então, um grito ainda mais amplificado: o do movimento da Geração à Rasca que agendou manifestações no próximo Sábado, dia 12 de Março, em Lisboa, Porto e Viseu. A onda tem vindo a crescer de tal maneira nas redes sociais, que a extrema-direita tentou surfá-la, procurando lançar a confusão e direccionando o protesto contra toda a classe política e todos os partidos, o que obrigou os signatários do Manifesto da Geração à Rasca a fazer o seguinte esclarecimento:
“Reafirmamos a total independência do protesto face a qualquer estrutura ou movimento de cariz partidário, político ou ideológico. Este é um protesto: Apartidário, aberto a todos os partidos e a quem não tem preferência partidária; Laico, aberto a todas as religiões e a quem não tem religião; e Pacífico! Nunca foi enviada qualquer lista de reivindicações. O manifesto é o único documento associado ao protesto”. E é o Manifesto da Geração à Rasca que nos diz quem é que se sente identificado com este protesto: “Nós, desempregados, “quinhentoseuristas” e outros mal remunerados, escravos disfarçados, subcontratados, contratados a prazo, falsos trabalhadores independentes, trabalhadores intermitentes, estagiários, bolseiros, trabalhadores-estudantes, estudantes, mães, pais e filhos de Portugal.
Nós, que até agora compactuámos com esta condição, estamos aqui, hoje, para dar o nosso contributo no sentido de desencadear uma mudança qualitativa do país”.

Se a canção dos Deolinda, “Parva que sou”, incomodou muita gente (até Mariano Gago a acusou de fazer a apologia do abandono escolar), a vitória da canção “A luta é alegria” de Gel e Falâncio, incomodou muito mais. Mas o povo que votou neste hino do descontentamento nacional não foi só a geração desemprecariada, foram os pais que viram cortados os salários, os abonos de família, as reformas sociais, o poder de compra e a qualidade de vida. Todos os que preferem a alegria e o inconformismo à contrafacção ignorante e descaracterizadora de uma Europa triste de canções sem alma, afinadas pelos mercados.
Na passada segunda-feira, José Sócrates veio a Viseu apresentar a sua moção aos militantes do PS, quando um grupo de jovens da “Geração à Rasca” entrou na sala e pediu para falar. Foram expulsos e agredidos, enquanto Sócrates dizia para as câmaras de TV que estavam convidados para jantar e “É Carnaval ninguém leva a mal”. Nós, todas as gerações à rasca de Portugal, levamos a mal este “baile de Carnaval” em que PS e PSD, mascarados de “governo” e “oposição”, dançam agarradinhos, calcando toda a gente, e vamos demonstrá-lo no dia 12.

Carlos Vieira

paz, pão, habitação, saúde, educação




Andam p'raí senhores cinzentões muito apoquentados com a vaga de protestos de uma geração à rasca que transformou a desilusão em protesto vigoroso contra as políticas (e os políticos) que comprometem o seu futuro. Contra a precariedade laboral e o desmantelamento do Estado Social, os jovens pedem que não lhes tirem as conquistas de Abril, assim expressas na canção "Liberdade" de Sérgio Godinho: "paz, pão, habitação, saúde, educação".

8.3.11

Centenário do Dia Internacional da Mulher




















Os números recentemente vindos a público sobre a violência conjugal no país indicam que em 2010 foram assassinadas 43 mulheres. Em Portugal morrem mais mulheres às mãos de maridos, namorados ou ex-companheiros, do que por cancro da mama, e uma em cada três mulheres é ou foi vítima de violência doméstica, segundo Maria José Magalhães, investigadora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação do Porto.

Em Viseu, o Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica identificou e atendeu, em 2010,  259 vítimas deste crime público, sendo que 41% relatou sofrer diariamente actos de violência física ou psicológica.

São números que mostram que a violência contra as mulheres persiste apesar dos avanços ao nível do estudo do fenómeno e das suas consequências pessoais e sociais, bem como dos avanços a nível legislativo e no apoio às vítimas.

Não nos podemos conformar nem resignar com a situação actual. A violência de género tem de ser encarada como um problema político, um problema de direitos humanos e um problema de cidadania.

não tenhas pressa para não perderes tempo

















"Não tenhas pressa para não perderes tempo", escreveu José Saramago.
Acontece que vivemos todos com demasiada pressa e não temos tempo para brincar e falar com os filhos, ir ao teatro ou ao cinema, dar um passeio a pé com os nossos pais, que deixamos abandonados na aldeia ou encafuados num urbano caixote/apartamento, ou ainda, para maior sossego das consciências, presos num qualquer concentracionário lar de idosos. Na estrada, os portugueses também andam com demasiada pressa, e, por isso, batem o recorde de acidentes, ou seja, o recorde de tempo perdido. Por vezes, perdido para sempre.

Na semana passada, o vento forte que assolou a nossa região, derrubou árvores que tombaram sobre automóveis. Mas também houve automóveis que tombaram sobre árvores. A foto de hoje mostra o acidente que no dia 17 de Fevereiro vitimou uma árvore em frente à Casa da Ribeira, junto à Igreja da Nossa Senhora da Conceição. Um BMW ultrapassou a fila de carros que circulava pela estreita estrada que atravessa a Praça de S. Mateus, onde não é permitido circular a mais de 30 km/ hora, bate de raspão num automóvel que se encontrava a fazer sinal para virar para o Largo da Nª Srª da Conceição e vai bater na árvore do outro lado da estrada, perto do abrigo de autocarros. Por sorte não colheu nenhum peão. Só morreu uma árvore. E já não foi pouco.


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