2.12.09

OS DIREITOS (HUMANOS) DAS CRIANÇAS E DAS MULHERES




















Nos últimos dias, dois importantes segmentos dos Direitos Humanos estiveram em destaque no nosso concelho.


Os DIREITOS DAS CRIANÇAS foram assinalados através de uma exposição de desenhos, feitos por crianças de Viseu, ilustrativos dos seus direitos consagrados na Declaração dos Direitos da Criança (adaptada da Declaração Universal dos Direitos Humanos), que esteve patente na Sala de Artes do Fórum Viseu, de 12 a 22 de Novembro, e pela oferta dos livros de Paula Guimarães, “Uma Aventura na Terra dos Direitos”.

Segundo Manuela Antunes, presidente da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Viseu que promoveu esta iniciativa, foram sinalizados no nosso concelho 260 casos de violação dos direitos da criança, sendo as mais frequentes a negligência nos cuidados de saúde básicos, de higiene, de alimentação e agressões físicas e psicológicas.

Manuela Antunes critica a falta de um centro temporário para acolher as crianças e jovens nos casos mais urgentes, quando são retiradas às famílias que as maltratam. Em muitos casos a violência pode não ser física, mas psicológica, como acontece em muitos casos de violência conjugal com os filhos a assistir às agressões e apela a que todos cumpram o seu dever de denunciar estes casos de violência doméstica que já são considerados crimes públicos.
Também a VIOLÊNCIA DE GÉNERO esteve em foco em Viseu devido ao crime cobarde de David Saldanha, 22 anos, estudante do ensino superior de Viseu, que confessou ter assassinado barbaramente a sua ex-namorada, Joana Fulgêncio, de 20 anos, aluna excelente no 1º ano do Curso de Comunicação Social.

No Domingo passado, a GNR de Mangualde foi chamada a intervir num caso de violência doméstica, em Fagilde, onde um homem de 45 anos ameaçou de morte a mulher e a filha com uma espingarda carregada.

Ontem, 25 de Novembro, foi o Dia Internacional Contra a Violência Contra as Mulheres. A UMAR, União de Mulheres Alternativa e Resposta, deu a conhecer os dados deste ano do seu Observatório de Mulheres Assassinadas. Apesar de este ano “apenas” haver 26 casos assinalados pela imprensa (em 2008, foram assassinadas 45 mulheres por maridos, companheiros ou namorados, ou ex-qualquer dessas relações afectivas), a maioria das vítimas tinha menos de 35 anos. Muitas destas mulheres foram assassinadas depois de terem posto termo à relação e, em alguns casos, depois de terem feito queixa às autoridades, o que leva Maria José Magalhães, presidente da UMAR e investigadora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto a concluir que “a sociedade não tem garantido a sua protecção” e que a génese destes crimes está na “ideia de amor cego, no sentimento de posse, na visão da mulher como propriedade do homem”.


no Jornal Via Rápida de 26.11.2009








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