“Os Trapalhonços atrapalham tudo o que houver,
esfrangalham tudo dê lá por onde der.
(...)
Os Trapalhonços disparatam, mas sem malandrice,
Aquilo é mais caso de grande azelhice.”
(...)
“Os Trapalhonços”, canção infantil de José Barata Moura
No último Golpe de Vista falámos das trapalhadas do funicular e dos disparates em catadupa na tentativa de o inaugurar pelo presidente da República aquando da abertura da Feira de S. Mateus. Gorado este objectivo por manifesto débito de segurança , depois de várias pessoas terem sofrido acidentes ao enfiar os pés nos intervalos dos carris,
eis que o presidente da Câmara Municipal de Viseu vem anunciar a sua inauguração no dia 6 de Setembro.
Na verdade, as trapalhadas ainda não terminaram. Parece até que foi lançado um concurso de ideias...trapalhonças.
Primeiro taparam as linhas com chapas; depois, como se esqueceram de deixar juntas de dilatação, quando o sol aquece as chapas estas arqueiam com a dilatação, constituindo um novo perigo para os transeuntes. Mais tarde começaram a colocar chapas mais pequenas, só para cobrir o canal do cabo de aço que ajuda a locomover as carruagens. Ainda mais recentemente adoptaram um outro sistema inovador: tubos de pvc rígido a cobrir a tal ranhura, fixados com abraçadeiras de ferro soldadas.
Mas o que mais revoltou alguns moradores e comerciantes foi o corte do passeio na Rua Ponte de Pau, desde a Casa de Pasto Pinto até ao cruzamento com a Rua D. José da Cruz Moreira Pinto, alargada há pouco tempo, com a destruição de duas ou três árvores jovens, com o intuito aparente de facilitar a passagem ascendente de automóveis, sem ter que invadir o espaço dos carris. Na imagem pode ver-se o que foi retirado ao passeio.
Quanto às medidas de segurança anunciadas há quinze dias por Fernando Ruas, que passavam por cercar os carris com cabos de aço, colocar baias de ferro à frente das casas, meter barras de plástico de “alta resistência” para reduzir os intervalos entre os carris, nos espaços das passadeiras, só falta o último, o zelador (um funcionário que vai andar para de um lado para o outro, ao longo da linha, para alertar os transeuntes para os cuidados a ter). Será certamente um trabalho de alto risco. Contudo, as barras de plástico de “alta resistência” já se descolaram. Será que a cola é de baixa resistência?...
Já há quem aposte em como o funicular não inaugurará no dia 6. Por nós fazemos força para que Fernando Ruas tenha o prazer de inaugurar o seu funicular antes da Feira de S. Mateus terminar. Com os acidentes que têm ocorrido em algumas feiras do país com carrosséis e outros equipamentos de diversão, viajar no funicular através da feira, sobretudo nos dias ou noites de maior movimento, como no “Domingo Franco”, será uma alternativa radical para aumentar a adrenalina, deixando o risco maior para quem andar a pé.