Susana, de 25 anos, atravessava a passadeira em frente à Pastelaria Serra da
Nave, na Rua Ponte de Pau, em direcção ao Fórum Viseu, na passada sexta-feira, dia 13,
quando, quem sabe se por acreditar em superstições ou por ter um pé de criança (calça
35), enfiou a perna até ao joelho na fenda por onde passam os cabos de tracção do
funicular e só a conseguiu retirar quando um bombeiro teve a ideia de arrancar a barra
de plástico “de alta resistência” ali colocada para reduzir a abertura da fresta, onde cabe
uma mão travessa e, pelos vistos, um pé travesso. Apesar de ter ficado com o pé e o
joelho inchado não quis chamar a ambulância, meteu-se no carro que tinha estacionado
ali perto, mas percorrido poucos metros já não conseguiu carregar nos pedais, viu-se
obrigada a parar e acabaria por ser conduzida ao Hospital de São Teotónio onde foi
operada a um tendão, tendo ficado internada até segunda-feira, dia 16.
A fonte que nos relatou este caso diz que já são sete os acidentados que vão parar
ao hospital por terem caído na fenda que acompanha longitudinalmente os carris do
funicular.
Temos conhecimento de outros casos que não recorreram a tratamento
hospitalar. Aliás, o Núcleo de Viseu da Associação OLHO VIVO não se cansou de
alertar, nomeadamente neste “Golpe de Vista”, o perigo que representa o modelo
escolhido para aquele meio mecânico, e que os acidentes verificados ainda antes da
inauguração, em 27 de Setembro,
só vieram comprovar, lamentavelmente.
hospitalar. Aliás, o Núcleo de Viseu da Associação OLHO VIVO não se cansou de
alertar, nomeadamente neste “Golpe de Vista”, o perigo que representa o modelo
escolhido para aquele meio mecânico, e que os acidentes verificados ainda antes da
inauguração, em 27 de Setembro,
só vieram comprovar, lamentavelmente.
Denunciámos aqui o caso de um homem que esteve meia hora à espera que os
bombeiros lhe retirassem a perna da fresta do funicular com material de
desencarceramento; o caso do filho do dono da Pastelaria Serra da Nave que ao sair com
um tabuleiro de pasteis também lá enfiou o pé e ficou 15 dias de baixa; e ainda o caso de
Fernando Fernandes, de 46 anos, a viver em Lisboa, que tinha vindo de férias para
ajudar familiares num dos restaurantes da Feira de S. Mateus, e a 22 de Setembro, um
dia depois de ter encerrado a feira, quando o funicular entrou logo em manobras, apesar
do bulício da desmontagem dos pavilhões, ao atravessar os carris numa zona não
ladeada pelos cabos de aço de protecção, enfiou o pé na fenda, tendo ficado com a perna
cortada e queimada pelos cabos do funicular que estavam a rodar, tendo sido suturado
com 21 pontos, no Hospital de Viseu. Há cerca de um mês atrás, Fernando Fernandes
voltou a sentir-se mal e teve de ser operado de urgência à perna acidentada. Entretanto, a
Parque Expo (empresa responsável pelo Programa Polis, já que a Sociedade Viseu Polis,
comparticipada pela Câmara Municipal de Viseu, tinha sido, entretanto, dissolvida),
assumiu, finalmente, as suas responsabilidades, neste acidente.
Recordamos que o projecto inicial do arquitecto Manuel Salgado era uma
passadeira rolante apenas na Calçada de Viriato, o que, para além de permitir a subida
de peões e de bicicletas (proibidas no funicular, apesar do espaço disponível) até ao
centro histórico, evitaria a confusão de trânsito no cruzamento com a Rua de Serpa Pinto
e com a Rua D. José da Cruz Moreira Pinto, e dispensaria a profusão de postes, prumos
e cabos de aço, colocados a ladear os carris para evitar mais acidentes, o que constitui
uma verdadeira agressão visual e física, ridicularizada pelos turistas que nos visitam,
incluindo alguns emigrantes, que nunca viram tal aberração em parte alguma do mundo,
pelo simples motivo de que não há mais nenhum autarca que tenha optado por um
funicular com aquele tipo de carris, a não ser em ruas ou ladeiras dedicadas apenas
àquele meio de transporte, como acontece, aliás, com todos os funiculares existentes no
nosso país, como se pode comprovar no livro, editado recentemente pelos CTT, “Os
Funiculares de Portugal”.
bombeiros lhe retirassem a perna da fresta do funicular com material de
desencarceramento; o caso do filho do dono da Pastelaria Serra da Nave que ao sair com
um tabuleiro de pasteis também lá enfiou o pé e ficou 15 dias de baixa; e ainda o caso de
Fernando Fernandes, de 46 anos, a viver em Lisboa, que tinha vindo de férias para
ajudar familiares num dos restaurantes da Feira de S. Mateus, e a 22 de Setembro, um
dia depois de ter encerrado a feira, quando o funicular entrou logo em manobras, apesar
do bulício da desmontagem dos pavilhões, ao atravessar os carris numa zona não
ladeada pelos cabos de aço de protecção, enfiou o pé na fenda, tendo ficado com a perna
cortada e queimada pelos cabos do funicular que estavam a rodar, tendo sido suturado
com 21 pontos, no Hospital de Viseu. Há cerca de um mês atrás, Fernando Fernandes
voltou a sentir-se mal e teve de ser operado de urgência à perna acidentada. Entretanto, a
Parque Expo (empresa responsável pelo Programa Polis, já que a Sociedade Viseu Polis,
comparticipada pela Câmara Municipal de Viseu, tinha sido, entretanto, dissolvida),
assumiu, finalmente, as suas responsabilidades, neste acidente.
Recordamos que o projecto inicial do arquitecto Manuel Salgado era uma
passadeira rolante apenas na Calçada de Viriato, o que, para além de permitir a subida
de peões e de bicicletas (proibidas no funicular, apesar do espaço disponível) até ao
centro histórico, evitaria a confusão de trânsito no cruzamento com a Rua de Serpa Pinto
e com a Rua D. José da Cruz Moreira Pinto, e dispensaria a profusão de postes, prumos
e cabos de aço, colocados a ladear os carris para evitar mais acidentes, o que constitui
uma verdadeira agressão visual e física, ridicularizada pelos turistas que nos visitam,
incluindo alguns emigrantes, que nunca viram tal aberração em parte alguma do mundo,
pelo simples motivo de que não há mais nenhum autarca que tenha optado por um
funicular com aquele tipo de carris, a não ser em ruas ou ladeiras dedicadas apenas
àquele meio de transporte, como acontece, aliás, com todos os funiculares existentes no
nosso país, como se pode comprovar no livro, editado recentemente pelos CTT, “Os
Funiculares de Portugal”.