O Parque Linear do Rio Pavia é a mais bem acabada obra do Programa Polis em Viseu (há até quem diga que foi a única obra decente da Sociedade Viseu Polis). No entanto, no troço que liga a Avenida Emídio Navarro até à Rua da Ponte de Pau há, sempre que chove, duas poças que obrigam algumas pessoas (sobretudo as mais idosas) a voltar para trás, outras a meter o calçado na água, e outros ainda, as mais ágeis, a fazer uma ginástica complicada para saltar aqueles obstáculos.
O charco que fica mais perto da escadaria que liga aquele passeio à beira rio à Avenida Emídio Navarro, tem uns quatro metros de extensão (devido à falta de cubos de granito que ou se soltaram do pavimento ou mãos vândalas e cobardes arrancaram para atirar ao rio, como, aliás, já fizeram com os balaústres das guardas da ponte) e a única forma de o ultrapassar é passar rente ao gradeamento, com um pé à frente do outro e agarrando-se com as mãos ao corrimão de ferro. Claro que quem for com as mãos ocupadas, com sacos de compras, por exemplo, não terá hipótese de passar, a menos que seja um atleta de salto em comprimento, mas aí, para amortecer a queda, conviria ter um poucochinho de areia, uns míseros quilitos das toneladas que foram transportadas para o Pavilhão Multiusos para o torneio de futebol de praia (1ª Spring Cup Viseu 2010). Já agora, com um punhado de areia e cimento assentava-se os cubos de granito que ali faltam, no espaço onde o charco se forma.
Já perto da Rua Ponte de Pau, há outra poça, esta mais circular, que não dá terceira hipótese: ou se mete os pés na água ou se salta. A senhora da fotografia optou por saltar, molhando apenas um pouco das solas. Há, no entanto, quem aproveite a ausência de gradeamento de protecção no primeiro lanço da escadaria (será que se esqueceram de o completar ou não sobrou nem mais uns tostões dos cinco milhões e meio de euros do funicular?) para saltar, agarrado às grades, para as escadas. Ali perto, há uma saída de escoamento para as águas pluviais, mas ou piso ficou mal feito ou o terreno abateu e as poças são um obstáculo que afecta a circulação de muita gente que aproveita aquele passeio à beira-rio para encurtar caminho. A chuva parou de cair, mas como “em Abril, águas mil!”, não seria pior se mandassem reparar o piso do Parque Linear, nos sítios indicados, para ver se deixa de meter água. É que, mesmo que não chova, parece mal.